Trabalho, emprego, Fordismo, Toyotismo… calma que não é trava-língua, é sociologia do trabalho! Na aula do Lá Vem o Enem, o professor José Mantovani explica esses conceitos de um jeito que faz sentido pra prova e pro dia a dia. E para fixar ainda mais, aqui você encontra questões de sociologia para o Enem.
“Tudo o que a gente usa é natureza transformada pelo trabalho humano. O trabalho humaniza o homem”, destacou Mantovani durante a explicação.
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Resolva questões de sociologia
Questão 1
TEXTO I
“A terceirização é a forma mais avançada de precarização estrutural do trabalho, pois fragmenta a classe trabalhadora, criando um exército de reserva dentro da própria empresa, com direitos reduzidos e salários inferiores.”
(ANTUNES, Ricardo. O Privilégio da Servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018.)
TEXTO II
A Reforma Trabalhista de 2017 (Lei 13.467/2017) ampliou significativamente as
possibilidades de terceirização no Brasil, permitindo-a para toda e qualquer atividade,
inclusive a atividade-fim das empresas.
Com base nos textos e em seus conhecimentos sociológicos, a terceirização, conforme
analisada por Antunes, tende a:
A) promover a igualdade de direitos no ambiente de trabalho, homogeneizando as
condições para todos os funcionários.
B) fortalecer os sindicatos e a organização coletiva dos trabalhadores, uma vez que
todos passam a ter os mesmos interesses.
C) fragmentar a classe trabalhadora, criando hierarquias e diferenças de direitos dentro
de um mesmo local de trabalho.
D) extinguir a figura do empregador, transferindo toda a responsabilidade para o
empregado.
E) garantir a estabilidade no emprego, pois as empresas terceirizadas oferecem
contratos mais longos para se estabilizar no mercado.
Questão 2
“O que está em curso é a formação de um proletariado de serviços ou um proletariado do precariado, marcado pela informalidade, intermitência, terceirização e desproteção social.”
(ANTUNES, Ricardo. O Caracol e sua Concha: ensaios sobre a nova morfologia do trabalho. São
Paulo: Boitempo, 2005.)
A categoria “proletariado de serviços”, cunhada por Ricardo Antunes, refere-se a uma
transformação na morfologia do trabalho na contemporaneidade que se caracteriza
pela:
A) garantia de direitos trabalhistas históricos conquistados, aplicados agora ao setor de
serviços.
B) expansão do trabalho formal e estável em setores como tecnologia e finanças.
C) formação de uma classe média ampla e consumidora, baseada em empregos
públicos concursados.
D) substituição completa do trabalho industrial pelo trabalho rural mecanizado.
E) precarização, flexibilidade e insegurança que atingem massivamente os trabalhadores do setor de serviços.
Questão 3
“A acumulação flexível é caracterizada por um confronto direto com a rigidez do fordismo. Ela se apoia na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo.”
(HARVEY, David. A Condição Pós-Moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural.
São Paulo: Loyola, 1992.)
A “acumulação flexível”, conceito desenvolvido por David Harvey, representa uma nova
fase do capitalismo que se distingue do fordismo principalmente pela:
A) adaptabilidade e flexibilidade em todos os aspectos da produção, visando à
aceleração do ciclo do capital.
B) rigidez dos postos de trabalho e forte regulamentação estatal sobre as relações
laborais.
C) ênfase na produção em massa, linhas de montagem estáticas e contratos de
trabalho vitalícios.
D) priorização do mercado interno e fortalecimento dos sindicatos de ofício.
E) redução da importância do setor de serviços em favor da reindustrialização.
Questão 4
Os aplicativos de delivery (como iFood e Uber Eats) tornaram-se símbolos da “gig
economy” (economia de bicos). Seus entregadores são classificados como “Parceiros”
ou “Microempreendedores Individuais (MEI)”, não como empregados com carteira
assinada.
Sob a ótica da sociologia do trabalho, a figura jurídica do MEI, neste contexto, é um
mecanismo que:
A) garante autonomia e liberdade plena ao trabalhador, realizando o ideal de empreendedorismo.
B) mascara uma relação de emprego, transferindo os custos e riscos da atividade do
empregador para o trabalhador.
C) fortalece a negociação coletiva, pois os MEIs podem formar sindicatos poderosos
com facilidade.
D) é inédita no capitalismo, pois nunca antes houve tentativas de disfarçar a relação de
assalariamento.
E) garante todos os direitos trabalhistas previstos na CLTS, como FGTS, férias
remuneradas e 13º salário.
Questão 5
“O capitalismo, em sua busca incessante por flexibilidade e redução de custos, produz espaços de acumulação por despossessão, onde direitos historicamente conquistados são expropriados.”
(HARVEY, David. O Neoliberalismo: história e implicações. São Paulo: Loyola, 2005.)
O conceito de “acumulação por despossessão”, aplicado por David Harvey ao mundo
do trabalho, refere-se à:
A) conquista de novos direitos trabalhistas através de acordos coletivos.
B) expropriação de direitos e garantias sociais, transformando-os em novas fronteiras para a acumulação de capital.
C) distribuição de riqueza por meio de políticas públicas de incentivo ao empreendedorismo.
D) fortalecimento do Estado de Bem-Estar Social para conter as crises do capital.
E) nacionalização de empresas estratégicas para o desenvolvimento nacional
Questão 6
“A classe que vive do trabalho vê-se hoje desfigurada, fragmentada e complexificada, composta por assalariados típicos e atípicos, terceirizados, públicos, temporários, entre outros.”
(Adaptado de ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho? São Paulo: Cortez, 1995.)
A análise de Ricardo Antunes sobre a classe trabalhadora contemporânea aponta para
uma:
A) homogeneização e simplificação de sua composição, facilitando sua organização política.
B) diminuição numérica absoluta, tornando-a irrelevante para a análise social.
C) fragmentação e heterogeneidade, o que impõe grandes desafios para sua organização e identidade coletiva.
D) migração em massa para o setor rural, reconfigurando o campesinato.
E) absorção completa pela classe média, diluindo completamente os conflitos de classe
Questão 7
Muitas grandes empresas de tecnologia operam com núcleos diminutos de empregados altamente qualificados e bem remunerados, cercados por um vasto contingente de serviços terceirizados (limpeza, segurança, atendimento, logística) com salários baixos e poucos direitos.
Essa estratégia empresarial, analisada pela sociologia, é um exemplo de como a flexibilização promove:
A) uma segmentação interna que intensifica as desigualdades sociais e econômicas no
próprio local de trabalho.
B) a democratização do ambiente de trabalho, onde todos têm as mesmas
oportunidades de crescimento.
C) a distribuição igualitária dos lucros e ganhos de produtividade entre todos os que
contribuem para a empresa.
D) a extinção da mais-valia, pois todos os trabalhadores são igualmente explorados.
E) o pleno emprego, já que cria diversas oportunidades em diferentes níveis.
Questão 8
TEXTO
“O tempo de trabalho, que outrora tinha uma fronteira relativamente clara em relação ao tempo de não trabalho, torna-se agora um tempo socialmente indeterminado.”
(ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do
trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009.)
A afirmação de Antunes dialoga diretamente com uma característica do trabalho
flexível, que é:
A) a redução da jornada de trabalho para todas as categorias profissionais.
B) a rígida separação entre a vida profissional e a vida pessoal, típica do modelo
fordista.
C) a garantia de que o tempo de lazer será sempre respeitado pelos empregadores.
D) a borramento dos limites entre o tempo de trabalhar e o tempo de descansar, como
no teletrabalho.
E) a predominância do trabalho analógico e presencial, sem interferência da
tecnologia.
GABARITO
1.C
2.E
3.A
4.B
5.B
6.C
7.A
8.D