Repertório ‘de bolso’ pode tirar pontos da redação do Enem a partir deste ano

Quem usa repertório decorado de forma genérica não consegue passar de 120 pontos na Competência II da redação do Enem.
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Redação do Enem

Redação do Enem. Foto: Freepik.

Se você acha que só decorar referências já garante nota alta na redação do Enem, segura essa: usar o famoso “repertório de bolso” pode limitar sua pontuação na Competência II.

No dia 3 de outubro, o Enem liberou a cartilha de redação 2025. A partir da página 16, o documento explica que quem usa repertório decorado de forma genérica não consegue passar de 120 pontos na Competência II.

“Então, não é uma possibilidade do aluno perder ponto não, é uma realidade”, explica a professora de redação Josy Kelly.

O que é repertório de bolso na redação do Enem

O repertório de bolso é aquele conjunto de referências prontas, memorizadas, que o aluno coloca no texto sem relação direta com o tema ou com os argumentos.

“Decorei, fui lá e coloquei”, resume a professora, reforçando que esse tipo de uso não conta como repertório produtivo.

Um exemplo da própria cartilha é a citação à obra Utopia, de Thomas More, usado na introdução do tema de redação do Enem 2024 sobre “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”:

“Utopia”, a famosa obra do escritor britânico Thomas More, retrata uma cidade perfeita, livre de mazelas sociais. No entanto, a realidade brasileira é adversa à idealizada na obra, pois os desafios para valorização da herança africana do Brasil são uma problemática existente. Assim, é possível identificar duas causas principais para essa conjuntura: a inércia governamental e as desigualdades sociais”

O problema? O autor só coloca o título e uma ideia simplificada do livro, sem contextualizar nem relacionar de verdade com o tema da valorização da herança africana. O repertório vira apenas enfeite, sem gerar pontos na Competência II.

Segundo a cartilha, para a referência à Utopia valer ponto, era preciso contextualizar: explicar que o livro critica a sociedade inglesa do século XVI e conectar isso com a marginalização da herança africana no Brasil. Do jeito que apareceu na redação, virou só um recurso decorado, usado de forma mecânica. Ou seja, repertório de bolso, sem autoria de verdade.

Como identificar ‘repertórios de bolso’ e fugir da cilada

A professora Josy sugere estudar por eixo, em vez de decorar referências soltas. Por exemplo, se o tema for ambiental, foque em repertórios que dialoguem especificamente com esse eixo. Assim, você garante que seu repertório será relevante e não genérico.

No texto, repertórios de bolso são identificados quando:

  • São inseridos de forma automática, sem relação com os argumentos
  • Não aparecem contextualizados
  • São usados apenas para “mostrar conhecimento”, sem realmente contribuir para o desenvolvimento do tema

“É uma forma de ‘forçar’ o aluno a ler, a ampliar o repertório e não simplesmente decorar”, comenta a professora.

Ou seja, se o avaliador perceber repertório de bolso, seu texto não chega a 120 pontos na Competência II. Então, se liga: não é só saber citar. É preciso relacionar, contextualizar e mostrar que entende o que tá falando. Quem decorar e jogar no texto sem pensar, vai ficar com nota limitada.

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