O crescimento das cidades é um dos temas mais importantes quando se fala em meio ambiente e sociedade, e pode, sim, ser tema de alguma questão ou vinculado à redação no Enem. Para o professor de geografia Thiago Lacerda, entender o processo de urbanização é fundamental para compreender como o espaço urbano se transforma e impacta a natureza.
“A urbanização tem relação com o crescimento populacional nas cidades, e quando pensamos em cidade ela pode ter dois tipos: espontânea e planejada”, explica o professor.
Segundo o IBGE, as cidades podem ser classificadas da seguinte forma:
- Pequenas – até 100 mil habitantes;
- Médias – entre 100 mil e 500 mil habitantes;
- Grandes – acima de 500 mil habitantes.
Na Paraíba, por exemplo, Campina Grande, que tem uma população de cerca de 420 mil habitantes, se encaixa entre as médias, enquanto João Pessoa, com mais de 890 mil habitantes, é uma cidade grande. Ambas cresceram muito nas últimas décadas, o que trouxe desenvolvimento, mas também novos desafios ambientais e sociais.
Crescimento populacional e problemas urbanos
Com mais pessoas morando nas cidades, surgem também mais demandas e dificuldades.
“Isso está relacionado com o crescimento populacional, quanto mais pessoas tiver na cidade, consequentemente mais problemas vou ter também”, ressalta o professor Thiago.
Entre os principais impactos estão:
- Trânsito intenso e poluição do ar;
- Aumento da produção de lixo e descarte incorreto;
- Desmatamento para construção de moradias;
- Redução de áreas verdes e aumento da temperatura.
O professor propõe uma reflexão:
“Será que os problemas evoluíram ou aumentaram, de acordo com o crescimento populacional?”
Desmatamento e o papel das árvores
Mais casas significam mais áreas desmatadas. E isso tem efeitos diretos no clima.
“Quanto maior for a urbanização é lógico que as pessoas precisam de moradias, e quanto mais moradias eu tiver eu vou ter mais desmatamento”, explica Thiago Lacerda.
💡 Curiosidade: uma única árvore de médio a grande porte libera na atmosfera de 300 a 1.000 litros de água por dia, ajudando a refrescar o ar e equilibrar o clima urbano.
Ilhas de calor
Você já percebeu como o centro da cidade é mais quente do que as áreas com mais vegetação? Isso acontece por causa das ilhas de calor.
“Um local que tem muito asfalto, que tem muitos prédios, vai ser muito mais quente, então, consequentemente, vai formar as ilhas de calor devido ao crescimento acelerado das cidades”, explica o professor.
Essas áreas concentram calor porque o concreto e o asfalto absorvem e retêm a radiação solar, enquanto a falta de árvores diminui a evaporação da água e a ventilação natural.
Mais carros nas ruas significam mais gases poluentes sendo liberados na atmosfera. Além disso, o descarte incorreto de lixo contribui para a poluição visual, do solo e dos rios. Esses problemas afetam diretamente a qualidade de vida da população urbana.
Para o professor Thiago Lacerda, o grande desafio é pensar cidades sustentáveis e planejadas, que consigam equilibrar o crescimento com o respeito à natureza.
“A cidade tem que ser muito bem pensada para diminuir, afugentar, atenuar os problemas”, conclui.
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